dezembro 30, 2008

Novas Resoluções, em outro ano

(pra não quebrar a tradição)
Ou Em 2008 aprendi que...
* Que um lugar branco não tem nada a ver com o céu.
* Que pintar é mais estranho que ser pintado.
* Que os apartamentos do Copam são horríveis!
* Que o nervosismo pode trazer dores de cabeça, além da tão conhecida febre.
* Que a saudade se torna parte da rotina se a gente deixar.
* Que algumas rotinas trazem saudades se a gente quiser.
* Que a desistência é sedutora, e a resistência cansativa.
* Que mudar de cidade não é mudar de planeta, mas é quase.
* Que, às vezes, tudo oq preciso é de um ombro.
* Que, às vezes, tudo o que preciso, é...bem mais do que os ombros....
* Que minha moral pode ser flexível, mas ela tem que existir!
* Que um café da manhã no Habib´s pode ser bom.
* Que nem sempre Beatles me anima.
* Que conheço o John, o Paul, o George e o Ringo, pessoalmente!
* Um mantra : "Não responde. Não responde. Não responde."
* Que um professor pode sim foder cm a sua vida.
* Que cortar jornal é um trabalho chato, mas fazer um, pode ser divertido!
* Que o "academiquês" até que não é dificil, mas prefiro ser "coloquial".
* Que existem life-changing-enterviews.
* Que a biblioteca da FFLCH é fantástica! E algumas aulas e alunos também!
* Que é, no minimo, fantástico poder estar na Paulista em 5 minutos.
* Que é, no mínimo, fantástico poder andar pela Paulista por mais de 3 horas.
* Que adoro os bancos do Metrô, mas continuo odiando andar nele!
* Que adoro a estação Sumaré.
* Que posso chamar a Vila Madalena de Casa, e Pinheiros de quintal (ou de casa também?).
* A utilidade divina dos lápis brancos!
* A utilidade censória dos lápis vermelhos!
* Que existiu a chamada "Censura Estadual", em São Paulo, durante muito tempo, mesmo antes da Federal, e que ela teve muitas consequencias nas produções culturais do estado.
* Que um filme de Fellini pode traduzir tudo o que penso; e um outro dele, pode ser quase o contrário.
* Que quando se começa o ano com Chaplin, é certo que se terá contato com P&B o ano todo.
* Que, putaquepariu, como é bom fotografar!
* Que jogar Uno pode ser viciante!
* Que todos os [meus] caminhos me levam às artes; mas não sei se tenho coragem de segui-los.
* Que algumas coisas se abrem na Abril [mas, outras se fecham!].
* Que o joelho é meu ponto kármico!
* Que o mundo pode ser dividido naqueles que te fazem cair, e naquele que te ajudam a levantar.
* Que a pior burrice é aquela escondida sob a máscara de inteligência.
* Que não sei esconder tanto assim o meu ciúme.Droga!
* Que quando o campo é meu, a bola é minha, posso terminar o jogo quando quiser!
* Que a medicina é algo mais que louvável, mas não é pra mim.
* Que um "eu te amo" pode ser confuso, érbio, confirmativo, reafirmativo, indicativo ou conclusivo. Mas sempre são surpreendentemente estarrecedores.
* Que um grupo unido é aquele que sabe se dividir por uns tempos. [mas que sempre volta]
* Que não devo, não devo, misturar vodka, vinho, cerveja, caipirinha e rum, never ever again.
* Que não há nada mais ... down... que chorar no meio de uma praça de alimentações, tá, tem, chorar no ponto de ônibus e/ou metrô.
* Que tive uma boa criação, com certeza.
* Que desconstruir é edificar ["Whats wrong with a little destruction?"].
* Que há uma certa beleza na desuformização.
* O processo de eleição americano!!
* Que não é errado querer o diferente.
* Que a intimidade pode aparecer e desaparecer em uma noite.
* Que o número de estrelas é diretamente proporcional ao número de besteiras ditas enquanto as observam.
* Que, na vida real, as cenas em aeroportos podem ser estranhamente doloridas.
* Que andar pelo Gonzaga é bom, seja de baixo de sol ou de chuva [ou de uma puta chuva]!
* Que, no final das contas, foi o humor que segurou o ano inteiro.
* A passar maquiagem de maneira decente!
* Que em certos momentos, o Ashton Kutcher devia sair de onde estava escondido e falar logo, "U ve been punked!".
* Que a Pedroso termina [ou começa] na Praça Panamericana!
* O mapa das linhas verde, azul e vermelha do metrô.
* A rota de alguns ônibus!
* Que não devo temer [tanto] São Paulo!
* Qual a sensação de se dormir abraçado com alguém!
* Que a vulnerabilidade, ou a falta dela, pode explicar muuita coisa!
* Que, às vezes, parece que os diálogos são roteirizados.
* A escrever "Feliz Aniversário" em, pelo menos, 15 línguas diferentes.
* Que a companhia vale, mas ter que escutar Guns num show, é algo que tem que ser cobrado!
* Que não consigo "não reagir" ou "não falar" ante a um assunto ou ação que me incomode.
* Que os anjos tem sexo, sim.
* A cozinhar alguns itens de maneira correta, mas não sem fazer bagunça!
* Que a pessoa que inventou a máquina de lavar, precisaria ser canonizada!
* Que os Zeppelins voam direto para além do arco-iris. (ficou piegas, mas nao podia perder a piada!)
* Que é divertido juntar 15 pessoas num mesmo bar, mas, às vezes, apenas 4 ou 6 resolvem bem o problema.
* Que o rum serve para mais coisas, além da tão-famosa cuba-libre.
* Que a junção de Cindy Lauper , Bowie, Justin e Britney, pode dar certo!
* Que não há nada como escutar Beatles, no meio de uma pista de dança.
* Que não há nada como escutar [e comentar!] Beatles, sentada na mesa de um bar.
* A minha possível tendência a ir pra Dinamarca [amém]!
* Que, na real, inflar um pouco o ego faz beeem.
* Que nem todo William é Windsor.
* Que se pra dançar o créu precisa ter disposição; pra ver alguém dançando, precisa ter abstração!
* Que a Augusta pode até que ser frutífera!
* Que quero escrever críticas de filmes pra New Yorker, manhê!
* Que pago pau apra jornais antigos!!
* Que tem um sueco que é muito bom em ganchos de direita....
* Que numa noite não aguento três filmes, agora, uma discussãozinha...
* Que, quando uma música da Chiquititas vira motivo de briga, quer dizer que tem algo errado, ou tão certo que não se vê.
* Quem foi Augusto Boal, e o que ele fez.
* A genialidade de Plinio Marcos e Cacilda Becker.
* As teorias de Berthold Brecht, Peter Szondi e Anatol Rosenfeld.
* Que tem Foucault em tudo!
* Que tem Beatles em todas as músicas!
* A diferença entre Death Metal, Black Metal, Death Metal Melódico, Power Metal, Trash Metal e Prog. [¬¬]
* Que , não adianta, existem pessoas que vão continuar sendo idiotas.
* Que por trás de tanta falta de explicação, há sentimentos!
* Que não tenho nada contra cabelos compridos, mas prefiro manter o meu curto!
* O meu livro predileto "O Conto da Ilha Desconhecida"
* Que meus pais são humanos.
* Que minha família é uma novela, Deus meu!
* Que existem tipos dolorosos de silêncio.
* Que a viagem do metrô Vila Madalena até a Conselheiro Nébias em Santos, dura exatas 2 horas e meia.
* Que dividir a casa, não significa perder a privacidade.
* Que , dormir é só depois da meia noite.
* O relativismo das coisas.
* Que não é fácil fazer uma pesquisa eleitoral!!!!!!
* Que é divertido planejar o design de uma página, bem como valorar notícias e posições.
* Que preciso ter mais atenção na gramática. [Mas, quando tem %, o verbo pode sim concordar com o termo mais próximo, humpf!]
* Que a Dercy era mortal(!!!).
* Que não deveria dizer internas em voz alta....mentira!
* Que no mar profundo, o perigo de afogamento é maior, assim como a liberdade de se nadar.
* Que se reerguer é sempre preciso.
* Que a breguice está escondida.
* Que a consideração nem sempre está estampada na cara.
* Que feels great ter privilégios.
* Que não há nada que não se possa ser analisado (no CAC, enquanto se toma Toddynho).
* Que devo me manter longe do CAC. Devo me manter longe do CAC!
* Que a maturidade aparece naturalmente nos momentos em que achamos que tá tudo igual.
* A utilidade [??] do Twitter.
* Que o grupo de emails pode servir para se falar besteiras.
* Que se pode falar coisas sérias [demais] por email.
* Que eu odeio a Espanha!
* Que no means no!!
* Que pizza combina com quarta, com quarto e com quartetos [ou tercetos, ou duplas..sei lá, neah?].
* Que o horizonte pode ser belo, lindo, mas, acredito muito mais naquele tal de santo Paulo.
* Que há uma certa..magia.. no cruzamento da Ipiranga com a São João.
* Que, meninas, se a gente sobreviveu ao show do Zé Ramalho e ao JUCA, no mesmo ano, a gente sobrevive a qualquer coisa!
* Que por mais que goste de atores, atuações me irritam, principalmente quando feita por amadores.
* Que há transparência em rios profundos.
* Que sorvete é bom, mas pode ser melhor às 4 da manhã!
* Que o tempo continua passando!!
* Que não devo usar chinelo na livraria Cultura!
* Que posso, sim, dar bjomeliga.
* Que o que foi dito num porão da Augusta, pode ser repetido mentalmente.
* Que "tudo é risível, e divisível".
* Que intimidade é uma merda! rsrsrs
* Que saber das intimidades também pode ser uma meerda. [Ou não.¬¬]
* Que pode não haver seriedade em uma entrevista "política".
* Que há mais num "Cala a boca" que se possa imaginar.
* Que oq Woody Allen, Almodovar, Fellini , Bergman e Greenaway uniram,não se destrói.
* Que... existe uma infinitude mesurável em 366 dias.
* Que 2007 foi UAU, e 2008...UOU.
Acho que ..é isso.
Ou quase
Não sei o que achei direito deste ano tão..inconstante.
Passei por situações estranhas, por situações estressantes, por situações sem saída, por situações incríveis, e por situações aliviantes....
Que venha, que veeeeeeeenha 2009.
Com minha lira dos 20! E meu Clube dos 10, rsrs.
Bom ano novo a todos!!

dezembro 14, 2008

Um, nenhum e cem mil

Costumo observar duas vezes as pessoas. A linguagem corporal,os gostos, os olhares, as medidas de proteção e as manias. Não faço isso inocentemente, é lógico.
Assim posso conhecer todas as barreiras que posso transgredir. Conheço todos os buracos que irei passar.
Queria muito dizer que esses métodos são infalíveis. Mas... não.
Quando travo, paro de olhar para os outros. E passo a olhar pra mim mesma olhando os outros. Controlo maneiras, palavras e pensamentos. É um controle tão pesado, que soa natural. Como se ligasse um botão de salvamento. Como se essa censura fosse a válvula de escape, a saída de emergência para quando ocorrem incêndios.
Então, quando soa a sirene dentro de mim, e o botãozinho tá quase prestes a ser acionado, posso tomar dois caminhos (como tudo em mim mesma, dois caminhos diretamente opostos): ou me calo, ou falo qualquer coisa que estiver na minha cabeça.
De qualquer maneira, não levo a melhor.

To começando a achar que o Pirandello tava certo!

dezembro 11, 2008

Les Nabis

Mudei cores, mudei tema, mudei tudo.
Aleluia.

Ás vezes é preciso colocar uma certa cor nas coisas, para ver se elas ficam mais apetitosas.
Outras, é preciso tirar a cor das situações, para que elas sejam menos sedutoras.

Atire a primeira pedra aquele que nunca viu as cores primeiro.
Quem nunca quis que a vida fosse um pouco mais rosa, azul, roxa, verde ou navy.

Prefiro as cores fortes. As marcantes.
Aquelas que deixam uma vontade enorme de olhar mais vezes, de procurar, de descobrir. Por quê aquela escuridão, a obscuridade? O que tem por de trás da tela fauvista? As cores, os símbolos. A profundidade.
Porque, de verdade, estou cansada dos tons pastéis, dos crus e dos falsos rosas bebe.

[Afinal, apenas uma falsa intensidade se esconderia numa fachada clarinha.]

novembro 16, 2008

Por falta de texto...


"Mie care, la felicità consiste nel poter dire la verità senza far mai soffrire nessuno" (Guido Anselmi)

"Ma che cos'è questo lampo di felicità che mi fa tremare e mi ridà forza, vita? Vi domando scusa dolcissime creature non avevo capito, non sapevo, com'è giusto accettarvi, amarvi, e com'è semplice. Luisa, mi sento come liberato, tutto mi sembra buono, tutto ha un senso, tutto è vero. Ah, come vorrei sapermi spiegare... ma non so dire. Ecco, tutto ritorna come prima, tutto è di nuovo confuso, ma questa confusione sono io, io come sono non come vorrei essere, e non mi fa più paura. Dire la verità, quello che non so, che cerco, che non ho ancora trovato. Solo così mi sento vivo e posso guardare i tuoi occhi fedeli senza vergogna. È una festa la vita, viviamola insieme. Non so dirti altro Luisa né a te né agli altri. Accettami così come sono se puoi, è l'unico modo per tentare di trovarci. " (Guido Anselmi )
Bem vindo ao mundo de Fellini! [e, não, não dá para colocar em inglês ou em português! É Fellini!]

outubro 12, 2008

Nobel

- Parabéns, você ganhou!

- Legal, e o meu prêmio?!

- É este: você ganhou!



PS.: Short txts ... Cara do Tefo!!

outubro 07, 2008

O relógio que girava no sentido anti-horario

Já venho há tempos perguntando sobre o tempo.
Acho que isso de fazer aniversário faz com que essas perguntas sobre a passagem das datas emergirem na cabeça com mais força.
365 dias desde 2007. 365.
Acredito que não consiga equacionar a quantidade de mudanças que ocorreram em um ano, muito menos as coisas que permaneceram as mesmas.
Mas, acredito que possa equacionar algumas coisitas:

* 10 entrevistas
* 1 relatório parcial
* Mais de 10 peças
* 2 cidades
* 2 camas, 2 sofás-cama, 1 cama roubada e 1 colchão inflável
* 4 filmes do Bergman, 3 do Fellini e 2 do Chaplin (ok, o ano não acabou, ainda posso tirar o atraso. Pessoas ainda me devem filmes, muahaha!)
*1 Festival do Caralho; 1 show que comçou com NxZero, passou por Guns e terminou com Demonios da Garoa (por isso q me devem filmes, by the way); 1 show maluco; 1 show de graça
* 1 piquenique fofo
* 5 ou 6 Bares; 1 balada; 2 rolideis
* Incontáveis McDonalds
* Incontáveis Paulistas
* 3 ou 4 BK´s
* 1 Noitão
* Algumas matérias e artigos [nada cientificos] publicados
* Mais de 200 mil toques em emails revoltados
* 60 bixos diretos; 1 filho ; 1 nova mãe
* 1 despedida em aeroporto
* Várias subidas e descidas na Serra
* 1 chuva torrencial [na frente da praia!]
* 1 ótimo corte de cabelo
* 2 áreas de telefonia
* Alguns surtos no metrô
* Mais de 300 fotografias
* 1 chefia
* um 5,5
* várias crises com a profissão e/ou futuro
* muita falta de talento
* 2 conversas sinceras num mesmo bar
* 1458 brigas com a mesma pessoa ¬¬
* 1459 reconciliações com a mesma pessoa [chamo isso de vicio irracional, ou de sadismo inato, ou, talvez, de amizade incondicional...mas tenho que consultar a minha banca..rsrsrs]
* Não sei quantas execuções de músicas dos Beatles
* 1 caso de novela na familia
* várias saudades acumuladas
* incontáveis "geeeeeeeeeeeeeeeeees"
* 1 discussão sobre teoria da comunicação que abarcou até mesmo a Ellen Jabour
* 1 pesquisa eleitoral
* 2 Saramagos; 1 Orwell; uns 2 Foucaults pela metade; 1 Balzac meia boca e Meio Bob Spitz, até o presente momento.
* 2 Livros sobre Teatro; 3 sobre a historia da cidade de Sao Paulo; outros tantos sobre censura
* Mts ônibus laranjas e azuis
* 3 bilhetes-unico [!!]
* 1 virada cultural
* 1 não mais do que certo
* 1899 piadas internas, até o presente momento
* 2999 piadas internas ditas sem querer, em voz alta, em tom de código e /ou chacota
* 2 boas crises de ciume [com muita razão!]
* Mts² "Se liberta"/"Voa Borboleta!"/"Corra, Lola, corra"/"bjomeliga"
* 273 emails não lidos; 8353 scraps
* 1788 cenas de vergonha alheia
* umas 200 delas em uma msma noite, em um msm bar
* 1500 ataques de Beatlemania, no minimo
* 5 novos "eu te amo" literais; e 1 nas entrelinhas [ou quase nas linhas, diria]
* Umas noites passadas "em branco" para conversar
* Incontaveis brincos e tic-tacs perdidos no Limbo da área x
* 10 000 pensamentos de assassinatos crueis de professores mais crueis ainda
* 2 requerimentos não aceitos na FFLCH
* 1 ressaca moral



..........................

Quando for lembrando coloco mais.


Ou não..

365 dias
???

Alguns anos imbutidos nisso.

setembro 08, 2008

RoadTrip

Não há nada mais clichê que a palavra obstáculo! E a frase "superar barreiras"?? Nossa.´.. Ela trás colada um comercial de banco que mistura cenas de pessoas felizes com mensagens subliminares de capitalismo....
Paro e penso. Não há barreiras, há bifurcações.
Em tese, não somos impedidos de fazer nada nesta vida. Na prática, sabemos que isso não é lá muito realizável. Se existem barreiras, censuras e mesuras, são aquelas que colocamos na nossa cabeça.
No final de tudo, serão as nossas escolhas que nos definirão mesmo.
A vida é uma grande sucessão de bifurcações e de caminhos bizarros que levam a encruzilhadas intrínsecas, afinal, nunca se pergunta o porque de se tomar a direita quando se sai da Imigrantes já na Baixada Santista. Simplesmente se segue porque é sabido que seguindo a direita, a estrada levará a Santos.

....

Constantemente venho me perguntando se escohi os caminhos certos nas bifurcações pelas quais passei. Se o caminho do lado esquerdo era melhor que o do lado direito. Se os sinais não eram sinais. Se as placas me indicaram o destino certo. Se alguma das paradas eram realmente necessárias. Se algumas caronas deveriam ter sido dadas, se outras deveriam ter sido negadas.
Highway to hell? Caminho das Nuvens? La Strada? Road 66?
Não sei.
E sempre volta na minha cabeça que enquanto tiver dúvidas, nada que conseguirei sentir vai ser verdadeiro. Mas, eis um pensamento altamente compulsivo e obsessivo.
No momento me vejo absolutamente perdida em um caminho de beleza peculiar, o tipo de beleza que paro para ver (assim como a beleza das cores do céu durante o pôr do sol ou da lua cheia a se destacar por entre as estrelas). Não sei para onde isso tudo pode me levar, prefiro ignorar a existência do outro caminho paralelo a esse.
O caminho se faz ao caminhar, não é mesmo?

PS.:Possiveis mudanças de rotas podem ser consideradas, apenas se os motivos forem muito bons e valerem a pena.
PS²: É aceitável pegar um certo trânsito e a existência de pontos esparsos de lentidão.
PS³: Atalhos... Prefiro não comentar.
PS4: E as paradas? Novamente..apenas para quem valer a pena.

setembro 01, 2008

Sobre surtos e psicoses [e mais coisas]

Quanto mais eu tento entender as pessoas. Mais essa tarefa me parece impossível.
Ás vezes uma simples observação acarreta situações inimagináveis. Sabe aquilo que você tem certeza que todo mundo viu, e que, no final, era apenas um detalhe.
Estranhos esses detalhes.
É neles em que estão as relações. É por causa deles que existem os sentimentos.Mesmo os sentimentos mais sórdidos e idiotas.
No detalhe do sorriso enviesado, no detalhe do olhar pra baixo, e das não-palavras, que está a comunicação. Na sutileza de uma ironia, na sutileza de uma mesa e 3, 4 ou 5 cadeiras, na sutileza do tempo gasto no abraço de despedida. Deve ter algo escondido nisso tudo. O inominável está presente, mesmo quando as frases emergem da mente e passam para a boca sem querer.
Como é se sentir completamente entendida? Díficil, mas sei responder essa questão.
Num mundo perfeito, todos saberiam respondê-la.
Ou não.

Vira a moeda, sorte ou azar. Ou acaso.
Ou coincidencia.Ou sintonia. Ou unissono.

Não sei.
Não sei mais de nada.
Já que as pessoas estão cada vez mais ininteligíveis, a filosofia do não-saber se torna mais aceitável.

E...se o circo pegar fogo, por favor, alguém salve os animaizinhos de pelúcia.

julho 17, 2008

Breath in, breath out

Cof cof.Intoxicante. Sufocante. O ar em demasia queima tudo, nariz, boca, traquéia, pulmões, brônquios. Pedir socorro não é propriamente o que se deve fazer. Gritar, berrar não.

As paredes se movimentam, o ar piora, piora, piora, só piora. O otimismo escorre pelos meus pés. Cada lufada de ar que me entra é venenosa, me mata aos poucos, aos muitos.

Não. Não sei o que fazer. É morrer ou morrer! De ar, ou da falta dele. Se bem que...morrer por falta é sempre mais triste.

Saio para tentar sobreviver. Sobrevivo para tentar viver. Vivo para tentar ser feliz.

Nada dá certo. Quando saio, o ar permanece o mesmo, senão piorado. Quando sobrevivo, esqueço de viver. Quando não vivo, não sei ser feliz.

E esse ar... Epifânia Jungiana.

julho 12, 2008

Never Be the Same Again

Da janela do meu quarto eu vejo as antenas da Paulista, piscando e brilhando noite a fora.
Nunca imaginei que estaria tão perto dela. Sempre que vinha pra São Paulo, pedia para minha mãe passar pela Paulista. Juro! Por mais longe que estivéssemos, na minha cabecinha-praiana-santista-acostumada-com-os-canais, se não passasse na bendita Avenida, não tinha passado por São Paulo de jeito nenhum.

As luzes, as cores, os carros, as pessoas, tudo me maravilhava. Sonhava em morar numa cidade doida, grande, cultural, uma cidade que nunca dorme. Se conseguisse der certo nela, coseguiria em qualquer cidade. Lógico que metade da minha teoria caiu por terra quando comecei, de fato, a morar em São Paulo. Tornei-me paulistana, paulistânia.

E, agora, posso contar muitas perspectivas da Paulista: às sete da manhã, as cinco da manhã, as três, a dois, a cinco, a três, com mochilas e malas, sem lenço e com documento, com muito frio, com muito calor, extremamente sorridente, extremamente chorosa, com músicas na cabeça, com músicas no mp3, maravilhada com tudo, pessimista com nada, rindo sem fim, imitando professores, imitando poses, discutindo literatura francesa, correndo para não se atrasar, correndo para parecer feliz, indo, literalmente, da Consolação ao Paraíso.

Não sei se vou me tornar aqui uma grande pessoa, não sei se vai dar tudo incrivelmente certo, ou se vai dar tudo no cano. Só sei que agora, a minha visão de São Paulo se expandiu, de Paulista, passou a ser a Rebouças, a Angélica, a Heitor, a Dr.Arnaldo, a Al. Santos, a Augusta, a Harmonia...E adjacências. Porque, afinal, a visão da minha janela é mais ampla que apenas antenas piscando, é só olhar para baixo.

PS.; Quão maior é o Tietê em relação ao Cubatão? Ou melhor, ao Oceano Atlântico?

junho 21, 2008

Sobre Ilhas e Pontes

Quanto mais convivo com o mundo, mais comprovo a minha tese, muito das clichês, de que nenhum homem é uma ilha. Embora duvide bastante da existência de ligações momentâneas entre as ilhas. Lógico, fui criada em cima de pontes sólidas. Tão sólidas e antigas quando a Tower Bridge.Barquinhas, barquinhos... ok?! Eles podem existir. Afinal, há sempre uma ilha que é mais longe que outra. Uma ilha em que nenhuma ponte que saia da minha chegue.

Mas, é, agora, parada no meio da minha ilha tropical-não-quente, olhando as pontes e portos ao meu redor que me pergunto:na real, no que isso irá me ajudar? Se no fim das contas, ainda estou aqui, sozinha, tendo que desbravar todos as cavernas secretas , animais perigosos e fantasmas da minha ilha. E, sim, os outros tem que desbravar as deles. Tem que criar outras pontes, outros porto-seguros.

Ainda bem que sei nadar, não é mesmo? Porque se fosse depender das pontes e portos, apenas, refutaria a tese que tento comprovar.

junho 18, 2008

Testamento

Eu sou eu mesma.Certo? Errado. Não sou só o meu corpo, ou as minhas idéias. Na real, as minhas idéias não me pertencem. Pertencem a algum outro discurso. Não pense que não tenho personalidade.Apenas reconheço que sou influenciada pelas pessoas de que gosto. ALELUIA!Músicas estranhas, músicas normais, músicas ruins, músicas incrivelmente boas, programas de tv de qualidade questionavel, livros interessantes, livros nada interessantes, filmes de todo o tipo, comidas também (o.O), kibe cru com coalhada seca, bebidas altamente ... altas, diria. TOC, POC, vícios, julgamentos, preconceitos, expressões.

Não, não sou só o meu corpo. Sou as minhas coisas, o meu óculos, a aliança da minha avó, o meu all star vermelho, o meu all star azul, as minhas fotos, a minha agenda-reguladora-de-horarios, o meu celular, todas as msgs do meu celular, as cartas que me escrevem, as cartas que escrevo, o colar de borboleta, a boina enviesada, os cachecóis, a jaqueta e os bottons, I LOVE NEW YORK!, meus livros, minhas anotações.

Sou também as outras pessoas, sou o tamanho, o cabelo, as maneiras de falar, as pintas, os cavanhaques e barbas por fazer,o bigode, os olhos verdes, os olhos puxados, as mechas loiras, o casaco de couro surrado, o cabelo meio cinzento, o cabelo totalmente branco, a camisa rosa, a barriga semi-definida, as unhas roídas, as unhas longas. Sou aqueles que amo, e não tenho medo de falar que os amo.

Pronto, falei.

P.S.: Mágoa de não ter mais a minha carteira.

P.S.2: Trancendência é o caralho!

maio 02, 2008

Double Bind

O pior não é quando penso em palavras-chave, tags; é quando penso em frases , e estas não se encaixam nas outras. Vira tudo um texto surrealista com detalhes impressionistas e estética expressionista, e o todo fica com um toque de realidade duro de engolir.

E tudo se confunde numa eterna dança, eterno retorno de coisas nomináveis até demais. Semiótica para que, se temos a psicanálise?Metafísica para que, se temos o chocolate?

Os atos se transformam em interpretações, é tudo um jogo, é tudo teatro. Máscaras do Kabuki em uma peça de Brecht filmadas por Kubrick? Bem que gostaria. Nada é tão distante assim. A arte não imita a vida, ela É a vida.

Gostar, amar, odiar, detestar, temer, olhar, beijar? Ahn?! Verbos e mais verbos, palavras e mais palavras. No final das contas, palavras são só palavras e pensamentos, só pensamentos. Não é mesmo?E as frases circulares acabam por explicar o não dito, ou o mal-dito.

Ou não.. Não sei. Atenho-me à minha ignorância e burrice. Sempre a melhor desculpa.

abril 18, 2008

Ode O

Odeio a chuva que não molha de verdade.
Odeio a chuva que molha demais [e os guardas-chuvas que não protegem nada].
Odeio a mediocridade de personalidades mal-feitas.
Odeio a mediocridade de perfis bem-feitos.
Odeio a má educação no cinema.
Odeio a má educação gratuita e sem explicações.
Odeio as crianças ingratas.
Odeio as crianças pentelhas demais.
Odeio a seriedade superficial.
Odeio a seriedade artificial [uau..rimou!].
Odeio o conhecimento ilusório que alguns mostram.
Odeio o conhecimento profundo que outros gostam de mostrar.
Odeio as poses para fotos.
Odeio as poses para as pessoas.
Odeio a repetição de assuntos.
Odeio a repetição de emoções.
Odeio a dieta imposta.
Odeio a dieta de pensamentos.
Odeio os cabelos a serem arrumados [rsrs].
Odeio os cabelos muito despenteados.
Odeio as filas intermináveis para o ônibus.
Odeio as filas indeterminadas para comer.
Odeio os sorrisos no orkut.
Odeio os sorrisos amarelos na vida real.
Odeio a falta de dinheiro.
Odeio a falta de noção.
Odeio as lágrimas a serem derrubadas.
Odeio as lágrimas já derramadas.
Odeio a prepotência desmedida.
Odeio a prepotência jornalística.
Odeio o dono mordendo o cão.
Odeio o dono dos meus atos.
Odeio as pessoas que falam no cinema.
Odeio as pessoas.

Tanto ódio só pode levar ao amor.

abril 15, 2008

De como veio o título atual...

Onde?Como?Por que? Quem?Lide?!

Não, esse não será um texto jornalísitco. Não, as principais informações não estarão no primeiro parágrafo. Temo dizer que não haverá alguma informação principal.

Um dia já quis ser tudo isso, já quis conquistar o mundo inteiro, já quis saber tudo, jpa quis conhecer todos, já quis ser aquela que anota as coisas num bloquinho. Os desejos mudam, Lacan estava certo de fato, eles se deslocam e se transformam.

O que era antes complicado se simplificou como num passe de mágica, a mágica do hábito (aquele mesmo que faz o monge), as relações se estreitaram, o jogo já começou.

A bola está no campo, quem dormir no ponto perde o ônibus, o metrô e a jogada.

Como se sabe que o que falam é verdadeiro? Mas, no final das contas, faz alguma diferença? A doce mentira e a fiel verdade andam juntas, e criam uma imagem muito boa na minha mente (que mente!).

Tudo é mentira, não quero mais nada disso.

Não quero, não!

Quero?!

março 14, 2008

Uepa!

Não, você não pode. E nem me venha perguntar o porquê, você não pode e ponto final. Pára de tentar entender tudo; o mundo é dividido entre as coisas que deve falar, as que deve escutar, as que deve saber e as que não deve saber. Simples assim.
Vê se cresce antes de vir me pedir, vê se aprende algo sobre si mesma. Não adianta continuar nessa sua irresponsabilidade-passiva, não vai adiantar, vai continuar sendo irresponsável, vai continuar sendo pequena. Repita comigo: se o caminho não deu certo, dê meia volta e pegue um outro. Simples assim.
Vai, logo, pára de fazer corpo mole, pára! Quieta, nada de chorar, crianças que choram, bebês que choram, mulheres não. E não me venha com essa risadinha sarcástica, você já é uma mulher, aja como uma. Engole o choro, olha pra frente e encara tudo. Simples assim.
Lide com as mudanças, aprenda com elas, ria delas porque elas rirão de você se não fizer isso. Não se trata do mundo cão, é a vida como ela é. Ás vezes você tem certeza que está acertando e, na verdade, está só aumentando o seu erro. Errar é humano, perceber o erro é divino, é preciso de um guru.Ache o seu guia. Simples assim.
E agora, pensa direitinho no que você fez, beem direitinho e descubra por você mesma porquê ainda não pode saber de nada, porque ainda não pode nada.
Simples assim.

fevereiro 26, 2008

Terceira pessoa do singular

Eis q ele pensa: eu sou completamente surtado. Não lembrava qual fora a sucessão de idéias, e atos, que levaram-no até tal pensamento; não importava mesmo, até porque, não ia fazer a mínima diferença: já tinha dito tudo mesmo!
Foi uma daquelas brigas que nunca se pensa fora do cinema, e, não, ela não tinha sido roteirizada, mentira, tinha sido roteirizada sim, pelos ações anteriores a tudo. Nenhum grito vem do nada.
Uma convulsão de pensamentos lhe passava pela cabeça enquanto andava, ou.. andava enquanto pensava. Ordem direta, ordem indireta, leis, regras, cronologia.. Enough is enough.
Mesmo assim, a sensação de liberdade era tão mínima, que a primeira (ou seria a última?) idéia não tardava em reaparecer em sua memória. Talvez tivesse sido duro demais, talvez não tivesse que falar tudo que lhe veio na cabeça, talvez não tivesse que ter saído andando e dado as costas à resposta compreensiva.Pior que o ódio era a compreensão. Passividade, culpa e pena.
Tinha que ter feito algo, certo? Tinha! Não podia continuar assim... Não iria. Volataria e pediria desculpas, por tudo que tinha dito, feito, pensado e gritado. Sim, isso era o certo a fazer. Faria isso, depois.Talvez.
Ela, com certeza, o desculparia, ele...não.

fevereiro 05, 2008

janeiro 14, 2008

Monte Cristo

Há uma tempestade vindo, as nuvens anunciam e os trovões ressoam, há uma tempestade vindo. Sinto o claro e o escuro se intercalarem, os relâmpagos mudam a visão de tudo, mudam a sensação, deixa a cena meio macabra.
Trovões, relâmpagos, vento, vento, raio, gota d'água...
Resolvi não mais me esconder das tempestades, nem das pequenas chuvas que parecem ser grandes tormentas, é o medo e não a água ou a eletricidade que pode matar, sabe?!
Os pingos frios, de certa forma, aquecem o meu rosto morno, e inclino a cabeça pra tentar alcançar mais dessa frieza-quente, abro os braços.. até parece uma libertação.
A beleza da cena não está em suas cores, ou no cenário, e sim, na complexidade que ela implica. A chuva molha, lava, limpa tudo... e faz com que as coisas sujas apareçam.
É quando tudo se revolta que podemos, afinal, definir os nossos portos-seguros; quando tudo parece desabar, o céu em cima de nossas cabeças, e a terra sobre as nossas pernas, que observa-se com clareza a dimensão de tudo o que fizemos (e em que dimensão fizemos!); quando nossas certezas são demolidas, há sempre o que (ou quem) as rearranjem.
Sozinha, na chuva, aprendi a sorrir, e a sentir o gosto da água.A pior parte já passou, já estou aqui, já saí de casa...
Os trovões reafirmam que a tarefa não é fácil, os raios ainda amedrontam, as águas começam a subir... O que fazer agora?! O que fazer?!
Abri os olhos, e senti o vento... Há uma tempestade vindo, dessa vez, uma real.