junho 21, 2008

Sobre Ilhas e Pontes

Quanto mais convivo com o mundo, mais comprovo a minha tese, muito das clichês, de que nenhum homem é uma ilha. Embora duvide bastante da existência de ligações momentâneas entre as ilhas. Lógico, fui criada em cima de pontes sólidas. Tão sólidas e antigas quando a Tower Bridge.Barquinhas, barquinhos... ok?! Eles podem existir. Afinal, há sempre uma ilha que é mais longe que outra. Uma ilha em que nenhuma ponte que saia da minha chegue.

Mas, é, agora, parada no meio da minha ilha tropical-não-quente, olhando as pontes e portos ao meu redor que me pergunto:na real, no que isso irá me ajudar? Se no fim das contas, ainda estou aqui, sozinha, tendo que desbravar todos as cavernas secretas , animais perigosos e fantasmas da minha ilha. E, sim, os outros tem que desbravar as deles. Tem que criar outras pontes, outros porto-seguros.

Ainda bem que sei nadar, não é mesmo? Porque se fosse depender das pontes e portos, apenas, refutaria a tese que tento comprovar.

junho 18, 2008

Testamento

Eu sou eu mesma.Certo? Errado. Não sou só o meu corpo, ou as minhas idéias. Na real, as minhas idéias não me pertencem. Pertencem a algum outro discurso. Não pense que não tenho personalidade.Apenas reconheço que sou influenciada pelas pessoas de que gosto. ALELUIA!Músicas estranhas, músicas normais, músicas ruins, músicas incrivelmente boas, programas de tv de qualidade questionavel, livros interessantes, livros nada interessantes, filmes de todo o tipo, comidas também (o.O), kibe cru com coalhada seca, bebidas altamente ... altas, diria. TOC, POC, vícios, julgamentos, preconceitos, expressões.

Não, não sou só o meu corpo. Sou as minhas coisas, o meu óculos, a aliança da minha avó, o meu all star vermelho, o meu all star azul, as minhas fotos, a minha agenda-reguladora-de-horarios, o meu celular, todas as msgs do meu celular, as cartas que me escrevem, as cartas que escrevo, o colar de borboleta, a boina enviesada, os cachecóis, a jaqueta e os bottons, I LOVE NEW YORK!, meus livros, minhas anotações.

Sou também as outras pessoas, sou o tamanho, o cabelo, as maneiras de falar, as pintas, os cavanhaques e barbas por fazer,o bigode, os olhos verdes, os olhos puxados, as mechas loiras, o casaco de couro surrado, o cabelo meio cinzento, o cabelo totalmente branco, a camisa rosa, a barriga semi-definida, as unhas roídas, as unhas longas. Sou aqueles que amo, e não tenho medo de falar que os amo.

Pronto, falei.

P.S.: Mágoa de não ter mais a minha carteira.

P.S.2: Trancendência é o caralho!