outubro 24, 2009

Por que sorriste?

Gozado falar de sorriso enquanto choro, compulsivamente. Felizmente esse choro não é de tristeza, nem de mágoa, muito menos de ódio, é de amor. Queria me responder a questão da onde vem meu sorriso, encontrei a resposta no meio dessas lágrimas.

Meu sorriso vem de dentro de mim, mas não vem sozinho. Porque, só, não chegaria onde estou. Porque é, exatamente, o jeito que reajo àquilo que é externo a mim que me fez sorrir dessa maneira. E outra coisa vem junto desse sorriso, o entendimento de que a ajuda dos outros não minimiza a minha própria força.

Tenho anjos da guarda em terra, pessoas que me protegem e que são, igualmente, protegidas por mim. E é por eles, e por mim, que choro. É por causa deles tenho a coragem de chorar, tenho a força de saber que as coisas vão melhorar. Eles me inspiram, me apoiam e me motivam, não importa como.

E, esse texto, que tinha como objetivo principal explicar algo de maneira 'poética', vai acabar da maneira mais piegas possível, com um agradecimento. Obrigada meus anjos, sempre.


outubro 10, 2009

Relief

Acredito que as pessoas mudem sempre para melhor. Realmente acho que a tendência de todos é rumar para uma evolução. Mas, e sempre tem um mas, essa evolução é marcada com alguns sacrifícios.

Vou falar a real agora, e nada da verdade codificada como venho escrevendo há tempos. Os códigos podem ser facilmente decifráveis, mas ainda são códigos. Sinto que fui eu o sacrifício de algumas evoluções.

Dói? Para caramba. Rasga. É como se tivessem tirando uma parte de você, uma parte que você conhecia, confiava e se apoiava. Arde? Muito. Como fogo na madeira norueguesa. Traumatiza? Bastante. Cão que morde cobra nunca mais come linguiça. Cicatriza? Com dificuldade. A pele danificada demora a crescer novamente. Mata? Não. Minha vida não está na mão de ninguém , além da minha.

Por momentos, passa pela cabeça uma imensa vontade de chutar o balde, tocar o foda-se e colocar tudo a perder. E chegar e falar :"Hey, por que fui eu a escolhida? Hey, por que exatamente esse sacrifício?" Tem horas, pra falar a verdade, que eu acreditava que nem se tratava de um sacrifício, tratava-se de um alívio para a outra pessoa.

De repente, a dor para. Parou porque não tinha como doer mais. Não tinha mais lugar, não tinha mais intensidade. É quando percebi que a evolução foi minha, e não de todas as outras pessoas. Que o sacrifício foi meu, e não importa as outras pessoas.

É um momento de egoísmo muito importante, porque me fez ver qual o meu lugar no mundo, qual é o meu tamanho perante o espelho. O que sou e quais são os meus limites. Porque aquilo que falei da dor parar porque não tem como doer mais é um limite, um limite só meu, que pode ter sido imposto por uma situação externa, mas eu que estabeleço.

Os motivos, os porquês, as razões e contra-razões, os arrependimentos não valem em nada mais. Nada mais redime ou me faz esquecer a situação que passei. Transmutação e transformação. Não, não é mágoa, ou amargura, ou rancor, é evolução.