abril 05, 2007

Baseado em fatos reais

Essa é uma história verdadeira, aconteceu com uma menininha que conheci. E foi ela quem me contou enquanto olhava para o céu e para as estrelas.
Ela tinha 3 anos quando descobriu muitas coisas em sua vida, a escolinha, o mundo imaginário, as "letras". E tinha quase 3 anos quando conheceu pessoas que mudaram o rumo de tudo que pisara a partir de então.
A amizade nasceu , não ali, não na pré-escola, nem em todos os anos de convivência numa mesma sala de aula, nasceu na conexão dos olhares , na compreensão desses mesmos, nasceu no xingamento mútuo, nas citações em jornais escolares e na moeda de cinco centavos devolvida.
A menininha assustada não sabia, mas ela tinha aumentado a sua família.A menininha não sabia mas já estava amando, e um amor muito maior do que qualquer outro, o amor de um amigo por outro, de um irmão por outro.
Foi o tempo que passaste com a tua rosa que a fez especial, ela leu isso num livro uma vez, e recitou essa frase para mim de cor. Como se esta pequena frase resumisse anos de conhecimento.
As rosas nascem, as rosas crescem e certas rosas não morrem, mas deste último fato a menininha não sabe.
E agora, essa menininha se diz crescida, se diz adulta, mas no interior sabe que é e sempre vai ser uma menininha, não sabe como reagir sem essas pessoas que conheceu, não sabe o que fazer sem suas irmãs por perto, velando por sua segurança e por sua auto-estima.
Ela acha que irá perdê-las para o mundo, acha que irá perdê-las para qualquer coisa.
A pobre menininha sabe que não pode substituí-las , procura pessoas, acha pessoas; procura aproximações e intimidades, também os acha;procura e acha; mas sabe , e ela me contou isso bem brava com as mãos na cintura, que ninguém mais entra nessa família, talvez primos, cunhdaos , tios , mas nunca outros irmãos, outras irmãs.
Por isso chorou ao contar.
Lágrimas da separação iminente e do distanciamento nem sempre inerente.

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