setembro 12, 2007

Mais fácil aprender japonês em braille

O amor é cego. Mentira.O amor nos cega.Aliás, nada de colocar culpa num sentimento "nobre" [digno de lista de virtudes], ou de colocar a cegueira fora da gente, nós nos deixamos ficar cegos. Não queremos acreditar que a outra pessoa tem defeitos. E, believe me, ela tem, muitos.
Em busca de um príncipe perfeito, do cavalo branco, do cabelo ao vento, dos susuros ao pé do ouvido, das risadas ao por do sol, dos abraços intermináveis e dos beijos inomináveis. Ok, podemos ter tudo isso.Apenas se arcarmos com os sapos por trás dos príncepes- inclusive,todos os sapos que temos que engolir por causa deles-, com a arrogância do cavalo branco, com as épocas de marasmo, com os gritos em alto e bom som, com as lágrimas a luz da lua, com a saudade dos abraços e a falta dos beijos.
É assim, quer ser cego? Seja, mas pelo menos, aprenda a ler em braille.

5 comentários:

Julia Mariano disse...

"Metade de mim, agora é assim
de um lado a poesia, o verbo, a saudade.
Do outro a luta, a força e a coragem
pra chegar no fim."

(Fernando Anitelli)

Guilherme D. disse...

Eu não procuro um príncipe no cavalo branco não, De Lira... uahhahahah

Iana disse...

hahahaha.
Bem humorado e certeiro, infelizmente. Ultimamente tenho achado que esse tal de Amor só foi inventado por nós pra que saciácemos necessidades com alguma justificativa virtuosa. Ou não. [e viva a esperança]

Bruna Cristina Ferreira disse...

É muito melhor assim... Vou te contar um segredo: Eu também não sou uma princesa!

E só um ser humano, pode entender outro...

Quando as suas imperfeições se unem a de alguém acontece um momento único... E este sim é perfeito!

Letícia Mori disse...

"Não existe ideal cujo encanto não tenha seu perigo, e, no entanto, não se poderia privar de ideal uma vida sem condená-la ao tédio ou ao desespero."
Está no prefácio de Tristão e Isolda.