julho 30, 2007

Good Morning!

-Bom dia
-Bom dia - respondeu de maneira automática, quando levantou a cabeça , viu o rosto dono da voz .De repente, tudo ficou vermelho, azul, roxo, preto, multicolorido.
Lembrou -se de tudo, risos a meia noite, brigas ao meio dia, beijos inconsequentes, lençóis bagunçados, cozinhas desarrumadas, olhares alucinantes e mãos descomportadas.Será que a voz do Bom dia, lembra-va se disso também?
Lembrou-se de todos os momentos juntos e de todos aqueles que passaram separados.Tudo era recordação, tudo eram sensações, tudo, tudo e ao mesmo tempo, nada, a voz vaga, o olhar difuso e o rosto mais que conhecido. Sabia que conhecia todos as marcas daquele rosto, todas as expressões,todas as possíveis máscaras. E mesmo assim, o bom dia lhe pareceu estranho, vazio.
Como tanto tempo de vida em conjuto, como uma história poderia desaparecer em duas palavras?
O destino tinha levado essas duas pessoas , tinha feito-as cruzar os caminhos, para depois separarem-se e se darem cordiais, e frios, bons dias?!
Não era questão de destino, era questõ de sorte, pensou aristotelicamente.Então falou para a figura que tinha acabado de lhe passar:
-Boa sorte.
- Boa sorte- as costas lhe responderam.
Uma maneira muito melhor de se acabar com uma história, com sorte e sem pretensão.

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