julho 25, 2007

Acordei meio Mainardi

A vida sem TV a cabo é bastante difícil, mas pior ainda é a vida com uma meia-TV a cabo .Por causa de umas brigas internas [quase eternas, pra falar a verdade!] meu pai e a síndica discutiram, e nós, pobre mortais, ficamos sem TV a cabo.A solução foi ficar com TV aberta por um tempo. Passaram uns meses, e nada da síndica voltar a trás. Tudo bem, tudo bem, fizemos um contrato com outra operadora, e cá estamos nós com os canais bááásicos de TV.
A imagem é melhor, o som também, temos ,relativamente, mais opções, mas , quem disse que as mudanças vem para melhor, quem foi que falou que o progresso é natural e inerente?Enfim, um dos canais que mais gosto é... Disney o que confirma minha tese de que tenho eternos 10 anos de idade.E hoje, ao passar por esse canal, deparei-me com "O Corcunda de Notre Dame".Coisas a saber sobre a minha pessoa, além da minha loucura natural, sou fã dos clássicos, seja na música, no cinema ou até em desenhos animados, parei na hora.
A memória desse desenho trouxe à sala uma pergunta: como nós víamos esses filmes tão pesados quando éramos pequenos, e , pior, gostávamos ?Eu, particularmente, tinha a fita[VHS? Lembra?Uau!] de "O corcunda de notre dame" e sempre via!
Não é uma discussão de "a infância de hoje é diferente" , muito menos usarei o discurso "na minha época"; é bom fugir do clichê, é melhor ainda fugir do saudosismo que sempre nos pega desprevenidos. A discussão é em torno da visão disney do mundo.
A resposta para a questão vem através de uma observação [rimas ¬¬], e de um bando de lembranças bobas de desenhos antigos.Não se trata , também, de uma análise semiológica do discurso dos deseinhos que nos mostravam quando éramos crianças.
O fato é que nos desenhos, o nosso foco não eram as personagens principais e suas peripércias dramáticas; o nosso foco, quando crianças, eram os coadjuvantes: as gárgulas, xicrinhas, gênios, anões , ratinhos, corujas, fadas e dodôs. Eles amenizavam as histórias, eles nos prendiam atenção.
Somos principais de nossas histórias, e por piores que elas pareçam, são pontuadas de coadjuvantes.Mas, como sempre, perdemos nosso foco! Não somos mais crianças, ou melhor, não somos mais inocentes.Não acredito em finais felizes, não creio no otimismo desmedido.
Os desenhos continuam lindos, continuam a chamar a minha atenção, mas mesmo assim, sei que gárgulas não falam,´xícaras não dançam, gênios não existem, anões não são mineiros em seu todo, ratinhos não sabem costurar, corujas não ensinam nada, fadas não brigam pela cor do vestido e que dodôs não precisam secar suas penas.O drama virou entretenimento.A dor virou gozo.A humilhação virou riso.E o sofrimento, o meu, virou rotina.
Por isso, voltarei a TV semi-a cabo, pra ver se pelo menos algum dia, passa "Alice no país das maravilhas" na Disney!

Um comentário:

Informativo Morvan disse...

qr dzer q dodos naum secam suas penas?? =(
agora fikei triste ehauehauehauehuha
=********

P.S.:vc tem msmo ctz q somos principais?!?