abril 15, 2014

Dia 2

Decidi que vou me entregar ao luto da mesma forma que me entreguei ao relacionamento: de braços abertos e olhos fechados. Vivenciar o sentimento todo. Esvaziá-lo até que ele acabe por completo e me deixe seguir com a minha vida. Tenho noção de que essa é a escolha mais dolorosa e que, provavelmente, vou me arrepender amargamente de tê-la seguido. Mas acho melhor isso do que me estragar reprimindo sensações ruins. E esquecendo que esse processo todo pode me levar para um lugar bom. Lugar que, agora, desconheço - tanto o caminho quanto o objetivo. A busca da ilha desconhecida. Por agora, nenhuma pergunta está respondida e pode ser que algumas delas não tenham respostas mesmo.


Procuro a receita para a aceitação do momento em sites e mais sites. Falam das sete fases da aceitação, como no luto. Mas, assim como no luto, não dizem que essas sete fases acontecem no mesmo dia e que não levam à aceitação imediata, mas mais ao fundo. A dor vem em ciclos, como uma doença. E quando vem, principalmente depois de um 'longo' período, ela parece ser mais intensa. Como se algo estivesse bem quebrado dentro do meu peito, estraçalhado, para falar a verdade. A saudade também aparece. Para quem vou ligar quando algo de feliz acontece? Com quem vou comentar sobre o meu dia? Quem vai se importar comigo daquele jeito? Perguntas e mais perguntas surgem. Outras somem.

Começo a reavaliar todo o relacionamento a partir daquilo que foi dito na última conversa. Começo a questionar se tudo foi mesmo real, ou apenas um delírio apaixonado meu.Começo e termino. Nunca saberei disso. Nunca agora.E agora é o sempre que quero viver, porque encarar o futuro, é encarar um futuro em que ele não estará presente. Não estará ao meu lado, nem na minha frente. 
Será que foi tudo uma mentira bem contada? 




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